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A entrevista que se segue foi feita a André Veras, atual
diretor desportivo do clube de Montalegre, ex-jogador de futebol.
Tendo feito a
formação na Associação Desportiva Flaviense e no Grupo Desportivo de Chaves,
quais foram as principais diferenças que encontrou entre os dois clubes?
R: A nível da formação, as diferenças não são quase
nenhumas, mas no Flaviense havia um terreno pertencente aos clubes com as
instalações situadas no mesmo lugar, enquanto que na altura em que eu fui
jogador da formação do Chaves tínhamos de treinar em Santo Estevão, Vilar Verde
(…)
mas como é obvio o Chaves tinha mais história, o peso do emblema era maior, o
que criava mais exigência.
Como é que um jogador
natural do concelho de Chaves se sente ao chegar aos seniores do Grupo
Desportivo de Chaves?
R: É um orgulho imenso. É o culminar de uma carreira de
formação que todos os jogadores que passam por isso sonham e ambicionam. Tive
essa felicidade, na altura, devido ao meu esforço e luta constante. Mas quando
faço uma retrospectiva confirmo que não foi a altura mais indicada da fase do
clube para chegar à equipa sénior, infelizmente, mas não posso colocar as
culpas só nos outros, também acarreto as culpas nessa decisão e infelizmente
não deu para fazer muito mais.
Sendo que na altura
em que chegou aos seniores era um dos jogadores mais promissores, sente que o
seu percurso estagnou no Chaves e precisava de “mudar de ares” ou a saída para
Espanha não foi planeada?
R: A saída do Chaves foi um pedido meu. Aquando da minha
chegada a sénior foi me pedido pela direcção do clube e pelo corpo técnico que
permanecesse no plantel principal, no entanto eu tinha propostas de divisões
inferiores de Espanha e tinha pedido ao clube para sair. Após uma conversa com
o professor Vítor Maças, treinador da altura, em que ele disse que contava
comigo e que me ia ajudar na minha evolução, decidi continuar no clube, no
entanto, o professor Vítor Maças saiu do clube, o que não foi benéfico para mim
pois a vinda do mister António Caldas acabou por se tornar penosa. A direção
voltou a não me deixar sair, dizendo que o mister contava comigo, o que acabou
por não corresponder à realidade como comprova o facto de não voltar a ter sido
convocado até à minha saída no mercado de Inverno.
Quais foram as
principais diferenças que encontrou entre as divisões inferiores Espanholas e as
Portuguesas?
R: A principal diferença que encontrei relacionava-se com o estilo de jogo pois os jogadores espanhóis nessas divisões são muitos nacionalistas não facilitando a vida aos jogadores de outras nacionalidades e também devido ao facto de ter um ritmo de jogo a que não se está habituado. A verdade é que as equipas dessas divisões em Espanha tinham orçamentos e condições de treino muito superiores ao que existia na altura em Portugal. Na altura fui jogar para a 3ª divisão espanhola e posso dizer-te que poucos clubes na 1ª e 2ª divisão portuguesa tinham aquelas condições de trabalho.
R: A principal diferença que encontrei relacionava-se com o estilo de jogo pois os jogadores espanhóis nessas divisões são muitos nacionalistas não facilitando a vida aos jogadores de outras nacionalidades e também devido ao facto de ter um ritmo de jogo a que não se está habituado. A verdade é que as equipas dessas divisões em Espanha tinham orçamentos e condições de treino muito superiores ao que existia na altura em Portugal. Na altura fui jogar para a 3ª divisão espanhola e posso dizer-te que poucos clubes na 1ª e 2ª divisão portuguesa tinham aquelas condições de trabalho.
Foi dos primeiros
jogadores da região a ir jogar para fora sente que foi um precursor nesse
aspeto?
R: Não, na altura outros jogadores já teriam saído da região
para ir jogar para fora como foi o caso de Nuno Alentejano e Pedro Pinto, que
tal como eu fizeram parte do plantel principal do Chaves e também tinham
emigrado para Espanha, o que sinto é que as vagas de jogadores e treinadores
portugueses se devem à boa formação que existe no nosso país e agora mais
recentemente também têm sido dirigentes.
Depois de Espanha
regressou a Portugal para jogar na antiga 3ªdivisão, o que o fez regressar?
R: Na altura regressei para jogar na Sanjoanense, que tinha
um ótimo projeto, que acabou com a subida de divisão e, mais uma vez, uma
mudança de treinador fez com que ficasse 6 meses sem jogar o que me levou a
voltar a emigrar desta vez para a Suíça onde a nível financeiro as coisas não
correram como previsto tendo a direção do clube falhado comigo, regressando
depois ao Mãe de Água e ao Mirandela para voltar a jogar na 3ª divisão, na
altura. Após a passagem por esses clubes que decidi que o que recebia não era
suficiente para estar longe de casa e de quem gosto e decidi procurar trabalho
e jogar pelo gosto de jogar futebol e não deixar de fazer aquilo de que
gostava, surgindo a possibilidade de jogar no Vidago e começar a trabalhar em
Chaves.
Sente que a ida para
o Vidago que estava na Distrital foi um retrocesso na sua carreira?
R: Não foi um retrocesso porque na altura decidi regressar a casa e não estava preocupado com a divisão em que ia jogar, estava sim preocupado com continuar a jogar e com encontrar projetos aliciantes na região. Não tendo recebido propostas de clubes da região que estavam na 3ªdivisão optei por abraçar o projeto do Vidago por confiar nas pessoas que estavam à frente do clube como por exemplo o presidente do clube, Rui Branco, pessoa com quem mantenho uma grande amizade e que mostrou ser uma pessoa séria e com palavra o que originou que estivesse no clube quase três anos e meio sempre com bons projetos e que permitiu andar sempre na luta pela subida de divisão que apesar disso nunca foi possível tendo sido alcançada no entanto a conquista de uma taça da Associação de Vila Real. Após a saída do presidente Rui Branco sai também para Montalegre onde abracei um novo projeto também com pessoas muitos sérias e credíveis.
R: Não foi um retrocesso porque na altura decidi regressar a casa e não estava preocupado com a divisão em que ia jogar, estava sim preocupado com continuar a jogar e com encontrar projetos aliciantes na região. Não tendo recebido propostas de clubes da região que estavam na 3ªdivisão optei por abraçar o projeto do Vidago por confiar nas pessoas que estavam à frente do clube como por exemplo o presidente do clube, Rui Branco, pessoa com quem mantenho uma grande amizade e que mostrou ser uma pessoa séria e com palavra o que originou que estivesse no clube quase três anos e meio sempre com bons projetos e que permitiu andar sempre na luta pela subida de divisão que apesar disso nunca foi possível tendo sido alcançada no entanto a conquista de uma taça da Associação de Vila Real. Após a saída do presidente Rui Branco sai também para Montalegre onde abracei um novo projeto também com pessoas muitos sérias e credíveis.
No Montalegre esteve
muitas vezes perto da subida de divisão, tendo ganho vários outros troféus, o
que faltou para a equipa conseguir a subida de divisão?
R: Faltou a estrelinha da sorte, faltou nalguns momentos
decisivos um pouco de experiência da nossa parte, tendo que dar mérito às
equipas que subiram no nosso lugar pois conseguiram estar na luta connosco e
conseguiram aproveitar os nossos deslizes.
Foi no final da sua última
temporada ao serviço do Montalegre que foi operado ao joelho. Sente que essa
operação mudou de alguma maneira o seu estilo de jogo?
R: Não sinto que tenha sido tanto a operação, mas sim a
mudança de piso visto que passei a jogar em piso sintético no Vidago. A minha
recuperação também não foi a mais apropriada o que fez com que não me conseguisse
adaptar a esta nova realidade e foi durante um jogo em Vidago que senti uma dor
forte no joelho e decidi por um ponto final na minha carreira para não ter mais
problemas no menisco.
Sente que o regresso
à competição foi feito de forma mais precoce do que o esperado, contribuindo
para o final da sua carreira?
R: Sim, claro que isso ajudou. O projeto
em Vidago, no qual eu também me envolvi e no qual pessoas ligadas à direção do
clube não tiveram a melhor atitude para comigo, também ajudaram, tendo regressado
a Montalegre onde me foi proposto, se eu assim o entendesse, voltar a jogar
pelo clube. Mas como não me sentia a 100% para ajudar o clube, após uma
conversa com o presidente decidimos que a melhor opção era eu assumir o cargo
de diretor desportivo, o que me deixou muito feliz. Senti que era altura de por
um ponto final na minha carrieira e estou muito feliz com essa decisão e estou
muito feliz como diretor desportivo no Montalegre.
O Montalegre
contratou vários jogadores naturais de Chaves e outros com formação feita no
Grupo Desportivo de Chaves, de onde também é natural. Porquê o investimento
nesses jogadores?
R: Toda a gente sabe que os clubes infelizmente não têm
muitas capacidades financeiras e tendo os jogadores com formação no Chaves muita
qualidade e muito talento, como ficou provado no passado, ajudou o facto de não
acarretarem custos excessivos para o clube que jogadores estrangeiros ou de
zonas mais afastadas de Montalegre acarretariam sendo que a minha ligação
também ajudou à sua ida para o Montalegre.
Sendo a manutenção o
objetivo principal, sente que se o mesmo for atingido tem mérito e se não for
tem alguma culpa?
R: Sinto que o mérito é de todos se o objetivo for alcançado
e se não conseguirmos a manutenção a culpa é minha, do presidente e também do
treinador. No entanto como grupo que somos temos todos o mesmo objetivo e remamos
todos par o mesmo lado rumo ao objetivo , e a meu ver a manutenção será
alcançada.
O objetivo do
Montalegre é apostar em jovens valores?
R: Sim, basta olhar para a constituição do plantel desta
época em que jovens jogadores da região, que não contavam ficar no plantel
fazem neste momento parte do mesmo como é o caso de Gabi, Tiago Gomes e do
próprio Zé Luís que acaba por chegar tarde a esta divisão e está a revelar-se uma
grande surpresa para muita gente. A aposta que foi feita em jogadores com Aliou
e Márcio foi balanceada com a experiência de Álvaro, João Fernandes, Paulo
Roberto e Riça que transportam serenidade e confiança para os mais jovens
acabando o plantel do Montalegre por ser uma mescla entre experiência e
juventude. Contamos ainda com algumas boas experiências vinda de fora como é o
caso de Nené e Hugo Silva. E esperamos que, com esta mescla, o Montalegre
consiga o principal objetivo que é a manutenção e depois parar, relaxar e
começar a preparar a próxima época.
Sente que a longo
prazo o Montalegre terá capacidade para lutar por algo mais do que a manutenção
no Campeonato Nacional de Seniores?
R: É algo difícil porque a nível financeiro somos uma equipa
que estamos algo deslocada no interior e isso acarreta-nos muitos custos, mas
nada é impossível, vamos passo-a-passo.
Estando inserido na
Série A do Campeonato Nacional de Seniores sente que alguma equipa desta série
terá capacidade para subir à Segunda Liga?
R:Sim, o Merelinense é uma equipa que apostou forte para
subir de divisão, o Vilaverdense e a Oliveirense são equipas que estão na luta
para a fase de subida e depois de estarem na fase de subida é uma questão de
continuarem a trabalhar e ter a estrelinha da sorte.
Quais os planos para
o futuro?
R: Ir passo-a-passo. Neste momento estou focado no
Montalegre e é neste projeto que me quero concentrar.
Qual o pior momento
da sua carreira?
R: A saída do Grupo Desportivo de Chaves.
E o melhor momento da
sua carreira?
R: O melhor é difícil dizer porque tenho vários, a subida de
divisão na Sanjoanense, a conquista da Taça da Associação de Vila Real, no
Vidago e as conquistas das Taças da Associação de Vila Real, no Montalegre.
Qual foi o treinador
que mais o marcou?
R: O professor Vítor Maças e o mister José Viagem pelos
forma como me marcaram em momentos diferentes da minha carreira.
Sente que André Veras
ainda tem muito a dar ao futebol?
R: Vamos ver o que é que o futuro nos dirá.- Obter link
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